Debian Day 2025 em Florianópolis e a ação direta popular

Participantes do Debian Day
Participantes no Debian Day na conversa sobre a distribuição

No Instituto Caeté, efetivamos a luta por meio de ação concreta na realidade. Foi com esse espírito que contribuímos ativamente para a realização do Debian Day em Florianópolis. O evento ocorreu no dia 16 de agosto, após mais de 5 anos desde a sua última realização. Fruto de um trabalho conjunto entre Instituto Caeté, Escola Popular de Tecnologia e OcupaSC.

Debian é o nome de uma das mais antigas distribuições Linux ainda em atividade. Além disso, é um dos maiores e mais importantes projetos de software livre no ecossistema de tecnologia global. Todos os anos, no dia 16 de agosto — data de aniversário do projeto — é celebrado o Debian Day. Várias comunidades e coletivos se organizam para se juntar e celebrar essa data com eventos, reuniões, festas, entre tantos outros formatos.

Em Florianópolis, as organizações que lideraram a realização do Debian Day focaram em trazer o enfoque popular junto ao movimento do software livre e à comunidade Debian. O Instituto de Formação Popular Caeté possui longo histórico de participação e realizações junto aos movimentos sociais. O coletivo OcupaSC também vem desempenhando relevante trabalho junto aos movimentos por moradia. Essa comunhão de esforços pautou a proposta do evento, em trazer a soberania digital popular para o centro do debate.

O evento contou com a participação relevante da comunidade. Não somente da Grande Florianópolis, mas até mesmo visitantes da Serra Catarinense estiverem presentes. O evento foi composto por duas breves apresentações sobre a distribuição e o projeto Debian e sobre Soberania Digital Popular.

Participantes do Debian Day na roda de conversa
Participantes na roda de conversa sobre tecnologia e território

Na apresentação sobre o Debian, os participantes puderam conhecer melhor o que é uma distribuição Linux, qual é o histórico do projeto Debian, quem constrói a distribuição e o atual cenário do movimento software livre na região de Florianópolis. Foi também um ótimo momento para relembrar histórias do movimento e seus personagens marcantes.

Já na fala sobre Soberania Digital foi possível levantar temas e análises sobre uma discussão que está cada dia mais presente na comunidade. Soberania de dados, infraestrutura, governança e capacidades de pesquisa e desenvolvimento foram os assuntos que levantaram o interesse da audiência super participativa. Claro, a relação entre software livre e soberania digital foi explorada por todos.

Após a pausa para o café e o momento de socialização, o evento contou com uma roda de conversas e discussões com o tema “Tecnologia, território e emancipação popular”. Nesse momento, todas as pessoas participantes do evento puderam participar. Levantando questões, propondo soluções e questionando o papel da tecnologia na emancipação popular. Em especial, para a população da Grande Florianópolis.

Um evento de software livre não está completo se não contar com um festival de instalação, não é mesmo? Assim sendo, durante as últimas horas do evento aconteceu o chamado “Install Fest”. Nesse momento, os participantes que levaram seus computadores podem obter a ajuda das pessoas mais experientes para sair do evento com o Debian instalado. E foi isso o que aconteceu. Ao todo, houve 5 instalações com sucesso durante o festival. Além de toda a troca de conhecimentos, curiosidades e risadas entre o pessoal.

Aula de informática na ocupação Carlos Marighella
Aula de informática na ocupação Carlos Marighella, Palhoça / SC

Toda a experiência do evento já teria sido completamente recompensadora se terminasse por aqui. Entretanto, no Instituto Caeté atuamos por meio de diversas frentes de trabalho para fortalecer as comunidades, promover a justiça social e construir um futuro mais equitativo, enraizados nos princípios da autonomia popular. Assim sendo, desde o princípio decidimos que o Debian Day, que ocorreu dentro da Universidade Federal de Santa Catarina, deveria devolver diretamente para a comunidade algum resultado.

Na última semana, os computadores (fruto de doações) que foram recuperados durante o Debian Day, serviram de ferramenta para a primeira aula de informática prática na Ocupação Carlos Marighella, em Palhoça/SC. Em contato com a liderança da ocupação, foram escolhidos os primeiros participantes do curso da Escola Popular de Tecnologia do Instituto Caeté.

Esse é só o começo!

Instituto de Formação Popular CaetéIFP Caeté

Composto por assentados da reforma agrária, estudantes, defensores de direitos humanos e profissionais autônomos, o Instituto tem como objetivos estratégicos oferecer educação popular e apoio social para as populações mais vulneráveis: os moradores de ocupações, quilombos, assentamentos, aldeias e comunidades periféricas, auxiliando na luta pelos seus direitos e na conquista do território e da autonomia.

Comuna AmariloAssentamento Comuna Amarildo de Souza

Desafiando o modelo hegemônico do agronegócio, o Assentamento Comuna Amarildo de Souza, em Águas Mornas / SC, construiu um empreendimento baseado na agroecologia, onde o lucro não é a única medida de valor. Nesse ambiente, nasceu o Instituto de Formação Popular Caeté com uma missão clara compartilhada por todas e todos: “nosso dever é devolver algo para a sociedade”.

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